quinta-feira, 4 de junho de 2009

Crônica de uma tragédia anunciada

Venho falar de um assunto que nada tem a ver com o tema do blog. É um alerta, uma reflexão, um desabafo sobre a situação pública do país, mais precisamente a zona sul de Porto Alegre.
Hoje, na volta da faculdade, sofri uma tentativa de assalto. A palavra tentativa foi que me proporciounou estar sã e salva relatando o fato a vocês. O elemento, acompanhado de mais 3 "coleguinhas de desocupação" na parte mais escura da rua, pela qual sempre passo (escuridão esta que chamei atenção, ainda no mês de março, por conceitado veículo de comunicação da região) me prendeu com um ganhco no pescoço dizendo: "Não grita! Não vou te fazer nada!".

Bom, como naquele momento tive uma presença de espírito enviada por Deus e meus anjos, fui me direcionando para o meio da rua enquanto tentava escapar dos braços do indivíduo. Pois bem, obtive sucesso na escapada e, acredito que pela movimentação dos carros buzinando, o elemento resolveu desistir. Segui para casa pelo meio da rua, atravessando a rótula até verificar um trecho luminoso que eu pudesse olhar para trás e ver se alguém me seguia. Felizmente, a "barra tava limpa" e continuei caminhando ofegante até chegar em casa.

Após o choro de raiva, liguei para 190 para relatar o ocorrido e solicitar que alguém fosse até o locar averiguar as intenções daquele bando de vagabundos! Pedi que houvesse um policiamento nos horários de retorno (que há fluxo maior) dos estudantes da PUC moradores da região que caminham até suas casas e fui orientada a ligar para o Batalhão da Zona Sul, responsáveis pelas rondas.

Após relatar o acontecido, inflemizmente ouço do Soldado, as seguintes palavras: "Não há número suficiente de viaturas para realizar rondas em determinado horário. Há ocorrências a todo minuto. Tens que contar com a sorte." Claro que isso não é coisa que se diga, mas ao menos ele me questionou se não havia outras possibilidades como pegar mais um ônibus, carona ou que alguém me esperasse num ponto para acompanhar o trajeto. Além disso, sugeriu que me dirigisse ao Batalhão para conversar mais detalhamento com o Major e quem sabe, encontrar uma solução.

Meu estômago ainda tá revirado de raiva. Sempre tomei os cuidados necessários para minha segurança. A ironia é que enquanto volto aos bancos escolares na tentativa de voltar ao mercado de trabalho com uma nova profissão, ou seja, para ganhar dinheiro e não ter que tirar de ninguém; me vejo encurralada. Ou eu gasto mais para meu deslocamento ou terei que "repassar" meu dinheiro aos bandidos para sair de um assalto com vida!

Como não adianta só lamentar, penso agora nas providências que irei tomar. Passarei a pegar mais um ônibus (infelizmente, já rodei 3 vezes na autoescola) para andar apenas duas paradas e já coloquei o telefone do Batalhão da BM mais próximo à minha casa como discagem rápida no celular.

Contrariando a música da Isabela Fogaça, primeira-dama portoalegrense, intitulada "Porto Alegre é demais"; eu digo que Porto Alegre está demais, demais para aguentar tanta violência.
Eu só quero estudar, trabalhar, passear e torcer para o Glorioso sem medo. Será que um dia conseguirei?

Estudo Letras, mas não quero escrever novamente uma 'Crônica de uma tragédia anunciada'. Deixemos isso apenas para Gabriel García Marquez...

Um comentário:

Rafaela Kley disse...

Bah que droga isso, ainda bem que nunca passei por isso.
Gostei da parte do Porto alegre é demais, e tomara que as coisas um dia se ajeitem!